Os rodeios continuam sendo um dos maiores e mais tradicionais eventos sertanejos do Brasil, atraindo milhares de pessoas em busca de diversão, montarias e grandes shows. No entanto, o que antes era sinônimo de festa popular e ível para famílias e moradores da região, tem ado por mudanças que levantam críticas, principalmente em relação à elitização do evento.
Um exemplo disso é a Festa do Peão de Americana, realizada no interior de São Paulo e considerada uma das maiores do estado. Em 2025, a edição do evento trouxe uma mudança radical em seu perfil, tornando-se um evento de alto custo para o público. Em uma rápida consulta à plataforma oficial de vendas, foi possível encontrar ingressos para o sábado (14) com valores a partir de R$ 350.
Além do ingresso salgado, o visitante ainda precisa arcar com outras despesas, como estacionamento, cujos preços elevados têm levado muitas pessoas a buscarem alternativas improvisadas nas ruas próximas ao recinto, pagando a terceiros para guardar os veículos. O custo de alimentos e, principalmente, bebidas também é alvo de críticas. Este ano, a cerveja oficial do evento é da marca Petra, patrocinadora da festa, o que também causou estranhamento entre os frequentadores mais tradicionais.
Com isso, o evento tem se distanciado de suas origens populares. Moradores de Americana e região relatam que a festa, que antes era um ponto de encontro familiar e cultural, hoje se tornou inível para boa parte da população. Para muitos, o rodeio perdeu seu caráter de tradição rural e comunitária, assumindo um perfil mais comercial e voltado à elite, semelhante aos grandes festivais sertanejos realizados em capitais como Goiânia.
A transformação da Festa do Peão de Americana levanta um debate importante sobre o futuro desses eventos: como manter a tradição e a identidade regional sem afastar o público que os construiu? Enquanto isso, a edição 2025 segue dividindo opiniões — entre o brilho dos palcos e a sombra do esquecimento das raízes.